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SECA INSPIRA INOVAÇÕES NA PROVISÃO DE ALIMENTOS – Notícias

Um milhão e seiscentos mil moçambicanos enfrentam uma situação de insegurança alimentar e nutricional devido à escassez de chuvas que afectam as regiões Sul e Centro do país, segundo a mais recente avaliação realizada pelo Secretariado Técnico de Segurança Alimentar e Nutricional (SETSAN).

A Directora-geral do Instituto Nacional de Gestão de Calamidades (INGC) adverte que a situação exige alguma inovação na identificação de melhores estratégias para a provisão de água e comida para as regiões afectadas.

Augusta Maíta, que desde ontem realiza uma visita de avaliação à província de Maputo, ficou a saber que nesta região há pelo menos 33 mil pessoas afectadas pela insegurança alimentar e nutricional, sendo, que pelo menos na Namaacha, o maior drama é ainda o da falta de água.

Face ao cenário, aquelaresponsável disse ser crucial identificar estratégias mais sustentáveis para o abastecimento de água face à seca. Actualmente, vários povoados recebem a água transportada da Matola em camiões-cisterna, que levam volumes limitados em relação às necessidades, ou recorrem à retirada de represas, sendo recomendado que a tratem para tornar-se potável.

Ontem, Augusta Maita escalou os povoados de Kassimatis e Chilatine, no Posto Administrativo de Changalane, e Baca Baca, em Mafuiane. Em Kassimatis e Chilatine foi confrontada com a escassez de água, tendo defendido que,para o caso do primeiro povoado, onde existe uma represa, o melhor é o Governo investir num pequeno sistema de captação, tratamento e canalização de água até ao centro da comunidade.

Neste momento, as 126 famílias locais caminham cerca de cinco quilómetros até àrepresa, que conserva água durante todo o ano. Entretanto, já em Chilatine o cenário é complicado. A represa está mais distante e tem volumes reduzidos de água.

Desta forma, os cerca de 30 agregados que vivem na zona são praticamente dependentes de camiões-cisterna. Cada família tem um limite semanal de cinco bidões, que são apenas para beber e confeccionar alimentos.

A directora do INGC, que se fazia acompanhar pelo delegado provincial da instituição e directores de diferentes áreas, prometeu maior frequência de camiões-cisterna, mas reiterou que a solução passa por encontrar um mecanismo mais eficiente e prático para prover água.

A delegação incluía Suzete Dança, Administradora da Namaacha, para quem a solução da crise de água na parte mais a sul do distrito passa pela dessalinização. Explicou que já se tentou abrir furos, mas os lençóis freáticos são salobres.

Hoje, a directora-geral do INGC trabalha em Magude, distrito com o maior efectivo de gado bovino na província de Maputo, mas onde os criadores chegam a passar fome devido à falta de dinheiro para comprar alimentos.